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Intercâmbio discute potencial e troca experiência sobre meliponicultura 

Publicado por GIZ em

grupo diverso de pessoas, reunido em círculo, ao lado de uma casa, com folder ao centro sobre o mel.

As abelhas nativas são inúmeras, assim como a produção de seus meles. Elas cumprem um papel fundamental nos ecossistemas, fascinam com sua diversidade, além de se consolidarem cada vez mais como fonte de renda para comunidades da Amazônia. Sua produção, normalmente associada a outras cultivas e criações, já proporciona renda para diversas famílias e vem se mostrando um mercado bastante promissor.  

Para potencializar ainda mais a cadeia de valor do mel das abelhas sem ferrão e outras culturas associadas, o projeto Bioconomia e Cadeias de Valor e o Colegiado Tapajós promoveram em outubro o Intercâmbio Meliponicultura e Produção agroecológica de aves. O evento ocorreu de 18 a 20 de outubro, no município de Satarém, e reuniu representantes dos estados do Pará, Acre e Amazonas.  

Os três dias de evento permitiram a troca de experiências entre agentes públicos e meliponicultores e meliponicultoras dos três estados. Especificamente, foi possível compartilhar a experiência que o marco legal da Meliponicultura gerou até hoje no Amazonas, o que poode servir de inspiração e referência para processos semelhantes que ocorrem nos estados do Pará e do Acre. Além disso, foi possível a troca de experiências de manejo das abelhas que a região do Baixo Amazonas do Pará tem muita. 

Ao final do Intercâmbio o grupo de participantes traçou algumas atividades para o ano de 2023. Foram planejadas ações para promover novos intercâmbios, e também foi discutida a possibilidade de realizar um congresso de Meliponicultura da região Norte. Esses espaços são vistos como oportunidades de discutir avanços sobre regularização sanitária de grupos de meliponicultores que desejam acessar mercados com os produtos das abelhas nativas sem ferrão. Por fim, aliar a Meliponicultura às ações de turismo na região de Alter do Chão também foi pauta do intercâmbio, o que entrou também na agenda para 2023 do grupo.  

Com a palavra quem participou:  

Nas rodas de conversa e discussão, os avanços de um estado podem servir de base para outro, por exemplo, como no caso do Amazonas em políticas públicas, o Acre com investimentos e políticas sendo desenhadas para a cadeia, assim como a vasta experiência do nosso estado do Pará em serviços de polinização e manejo de diferentes espécies de abelhas. De toda forma, desde as palestras no auditório até a troca de experiências na maloca Eiru Su, a rodada de atividades no barco até a visita no meliponicultor Evanio na várzea, trouxeram um leque de oportunidades e caminhos que precisamos trilhar para a meliponicultura alavancar. As abordagens direcionavam a busca por melhorias e apontavam para novos encaminhamentos e possibilidades existentes para o avanço da cadeia da meliponicultura, hoje com tantos meliponicultores “fantasmas” com produção de mel de abelhas sem ferrão de alta qualidade, porém, sem um diagnóstico, registro de atividades, políticas públicas, pagamento por serviço ambiental, um decreto para finalmente ter uma legislação estadual, que buscamos desde 2016, com protocolo em 2018, que hoje necessita de apoio para chegar à mesa do governador, por outra via, a comercialização de produtos com selo de inspeção, pois temos a demanda, com público de todo o Brasil, por sermos um polo turístico, mas com muitos fatores limitantes ainda. O apoio hoje da GIZ será de suma importância para fazermos um diagnóstico e termos número de produtores e produção para buscarmos políticas públicas, e também apoiar comunidade que já tem uma casa do mel que não seguiu adiante por falta de incentivo para beneficiar e comercializar seu mel, assim como a regularização dos meliponários existentes junto a Secretarias de Meio Ambiente

Adcleia Pereira Pires é meliponicultora, fundadora da Eiru Su, e facilitadora da cadeia na região de Belterra e Santarém.