Belém recebe evento sobre crédito para a Bioeconomia do estado
Entre os dias 25 e 26 de janeiro ocorrerá em Belém o evento Destravando o Acesso ao Crédito para a Bioeconomia. Estarão reunidos representantes de empreendimentos comunitários, federações indígenas e organizações quilombolas e da agricultura familiar, junto com representes de instituições financeiras, de assessoria e órgãos do governo estadual e federal. O objetivo do encontro é propor um plano de ação para facilitar o acesso ao crédito, especialmente para grupos sociais da agricultura familiar, de povos indígenas, quilombolas e comunidades extrativistas tradicionais, que produzem a partir de estratégias extrativistas, que promovem a biodiversidade a partir da floresta viva.
A organização do evento envolve o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) em parceria com o governo de estado de Pará pelas secretarias da Agricultura Familiar do Pará (Seaf) e Secretaria Adjunta de Projetos Estratégicos e Bioeconomia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). “Nós temos um grande desafio, que é desenhar um programa de crédito adequado á realidade dos povos da floresta que envolve um conjunto de atributos sociais e ambientais. Pretendemos então incentivar linhas de crédito para a cesta de produtos agroextrativistas provenientes de territórios indígenas, reservas extrativistas e outras areas conservadas, e não somente a um crédito convencional”, ressalta Cássio Pereira, Secretário de Estado na Seaf.
Os dois dias de evento visam impulsionar o desenvolvimento da bioeconomia no estado do Pará, reforçando o compromisso que o governo do estado tem estabelecido para a implementação de uma bioeconomia mais inclusiva. De forma propositiva, o intuito é buscar a formulação de soluções para a inclusão da agricultura familiar, de povos indígenas, quilombolas e comunidades extrativistas tradicionais, a partir de seus negócios e sistemas de produção agroflorestais, em programas e iniciativas que fomentam o acesso a financiamento diferenciado, como o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), PlanBio-Pará, entre outros. “Esperamos, por meio deste evento, promover o intercâmbio de experiências no acesso ao crédito rural, com o objetivo de aprofundar as principais causas dos principais entraves comuns à Amazônia no acesso ao Pronaf e identificar soluções para melhorar a inclusão efetiva dessas populações. Achamos importante, para realmente vermos as soluções sendo implementadas, a criação de Grupo de Trabalho sobre Crédito para a Bioeconomia no estado do Pará, assegurando um acompanhamento contínuo e a implementação efetiva das soluções propostas”, reforça José Henrique Silva, Diretor de Financiamento, Proteção e Apoio à Inclusão Produtiva Familiar, no MDA.
O evento também conta com a cooperação do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, implementado com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ, sigla em alemão) em parceria com o MDA, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e implementado em colaboração com o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) e ECO Consult. Para Tatiana Balzon, diretora de projetos na GIZ, estimular estratégias governamentais, a partir da articulação de diferentes grupos e órgãos, é chave: “A transformação nas cadeias de valor da sociobiodiversidade deve passar por processos inclusivos, com foco em promover um desenvolvimento mais justo em todas as etapas produtivas. Isto também se aplica aos processos de crédito e financiamento, que devem ser adequados a realidade de quem produz, junto com a floresta em pé. Esta abordagem é estratégica e fundamental para construirmos um futuro mais próspero”, comenta Tatiana.
